Sempre gostei da banda Red Hot Chili Peppers. Nos idos de 2000, no auge
do disco Californication, era uma das minhas bandas prediletas. Atualmente,
ainda gosto muito do grupo californiano, porém sem a mesma devoção de tempos
atrás.
Mesmo assim, quando soube que Anthony Kiedis e Cia iriam tocar em São
Paulo em novembro, fiquei animado para finalmente vê-los ao vivo.
Corri atrás dos ingressos para a pista comum e me deparei com um preço
de R$ 240,00 mais a escrotíssima taxa de conveniência (que vamos denomina-la de
ETC) de R$ 38,40, totalizando R$ 278,40. Achei o preço um tanto quanto salgado (ou seria apimentado?).
Tudo no Brasil é mais caro, será mesmo? então decidi fazer uma pesquisa só para confirmar. Dois dias antes de tocar em São Paulo, o Red Hot tocará em Assunção no Paraguai.
Vejam na imagem abaixo quanto nossos queridos amigos paraguaios terão de gastar
para ouvir Californication, Under the Bridge, Suck My Kiss e outros hits:
150.000,00 guaranís (a moeda local) mais 15.000,00 Gs. pelo cargo del servicio, a ETC paraguaia. Bom, segundo o Banco Central del Paraguay (sim ele existe!) R$ 1,00 compra 2.021,00 guaranís. Fazendo as contas, o ingresso em reais sairá por R$ 74,22 mais a ETC de R$ 7,42.
Sim, apenas R$ 81,64! Uma
diferença de somente R$ 196,76, pagaremos 341% a mais para ver o mesmo show! Ainda se considerarmos a meia-entrada, que está saindo por R$ 139,20 já com ETC, a diferença ainda é de 170%.
Será que o RHCP que tocará no Paraguai, seguindo as tradições locais,
vai ser uma banda cover?
Seria esse o RHCP que tocará em Asunción? |
E o que explica essa diferença?
Carga tributária, burocracia e alto custo para se manter uma empresa no Brasil que
desfavorece a livre concorrência, ganancia do empresário, brasileiro que aceita
pagar caro?
Um pouco de tudo.
Se tiver interesse de entender um pouco mais desse disparate sugiro ler
esse texto no blog do Alexandre Versignassi e ler as matérias das revistas Veja
e Super Interessante que tratam do assunto.Ainda não podemos nos esquecer da famigerada meia-entrada, que na prática funciona para você pagar "metade do dobro" no valor do ingresso.
Além desse preço acachapante, ainda existe a nossa tão amada ETC, que eu
sempre chamo de legalização do cambista. Mas esse tema deixo para um texto
futuro.
Isso deve continuar até quando?
Até quando gostarmos de ter governo grande, com milhões de aspones nas
repartições, que nos ajude a ter aquela graninha a mais no mês, que “proteja”
nossas indústrias da concorrência desleal do capital estrangeiro, que impõe
dificuldades burocráticas para depois vender facilidades, que oferece benefícios com o chapéu alheio (meia-entrada), que
disponibiliza via BNDES o bolsa empresário para Eikes Batistas e afins. Também
não vamos nos eximir de culpa, afinal se cobram o preço que cobram é porque tem
gente disposta a pagar caro, o que não deve acontecer com nossos amigos
paraguaios, argentinos, americanos, canadenses...
Por Diego Savegnago
É cara, aqui enquanto compramos carroças como por exemplo uma Fiat Palio Wikend Adventure por R $ 50.000, 00; na terra do "Tio Sam" compra-se um GM Camaro pelo mesmo valor.
ResponderExcluirAmigo Diego, cada dia que passa tenho mais vontade de sair di Brasil, pagamos muito e nao temos nada .
"Impostos escandinavos para serviços africanos".
ExcluirO segredo é não ir. Não pagar. Não comprar. Os preços fatalmente cairão.
ResponderExcluirEsse é o problema, aposto que o show estará lotado. Eu ainda estou tentado a ir! rsrsrs!!!!
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