Dizem por aí, especialmente no Brasil, que o Rock n Roll morreu.
De fato ele não tem mais o mesmo poder e aderência aos movimentos de
rebeldia, expressão, e contracultura que teve nas décadas de 50, 60 e 70;
tampouco é o estilo musical mais “pop”, título que também ostentou na mesma
época.
Entretanto mais do que nunca o Rock está vivo e pode representar uma ilha
do bom gosto e da qualidade musical.
Você pode não ter percebido, mas o rock and roll tem sido tema de várias
campanhas publicitárias nos últimos meses, e, geralmente, associada a produtos
mais refinados (vou colocar alguns links no fim desse texto)
O rock nasceu da fusão de vários ritmos que coexistiam nos Estados Unidos
entre as décadas de 20 e 40; sendo os principais ingredientes: Blues, Country,
Gospel e Rhythm & Blues. Estourou de fato na década de 50 pelas mãos de nomes
como Elvis Presley, Carl Perkins, Jarry Lee Lewis, Chuck Berry e a banda que
podemos chamar de estopim: Bill Halley and the Comets; que gravaram a explosiva
“Rock Around the Clock” em 1954. Eu tenho certeza (sem medo de errar) que você
já ouviu essa música, talvez não tenha associado nome à forma, mas aí embaixo
tem um link pra musica (pode sair dançando...).
Pancada do Bill Halley e os seus Cometas
O Rock and Roll, nasce em um momento único na história dos Estados Unidos
e da humanidade. Uma época de extrema prosperidade (pós-guerra), onde as
pressões em torno da igualdade racial tomam forma; com o rádio presente na
maioria dos lares e que presenciou o surgimento de um novo público que até
então não tinha expressão ou espaço: os adolescentes. (Aqui vale dizer que o
conceito de “Teen” merece um texto ou discussão a parte; mas o fato é que até
meados de 1950 eles simplesmente “não existiam”).
Esse caldeirão de coisas foi responsável pela maior característica do Rock
n Roll: a sua incrível capacidade de ser gregário; o rock é o pai do pop!
Por ter fundido estilos musicais de raízes brancas e negras, o Rock n Roll recebe todo tipo de pessoa; então foda-se se você é branco, preto, amarelo, azul. O rock tem sempre um espaço para você; ‘todos são iguais perante o rock’.
Por ter fundido estilos musicais de raízes brancas e negras, o Rock n Roll recebe todo tipo de pessoa; então foda-se se você é branco, preto, amarelo, azul. O rock tem sempre um espaço para você; ‘todos são iguais perante o rock’.
É engraçado como os estilos musicais de hoje são tão passageiros e pregam
a segregação. Eles fazem o possível para caracterizar uma tribo ou grupo,
excluindo os demais; não somente pelo código de comportamento dos seus
integrantes, mas também pela péssima qualidade da música. Vou me apegar um
pouco aos exemplos brasileiros, mas isso acontece em qualquer lugar do mundo.
Ontem vi no metrô a propaganda de um festival de “sertanejo
universitário”; onde tinham várias duplas e um funkeiro. Lembrei-me
imediatamente do Rock n Rio, que ocorreu nas últimas semanas e contou não só
com bandas de rock, mas também artistas de outros estilos como Black, Pop,
Eletrônica, MPB.
Roqueiros mais radicais torcem o nariz em ter nomes como David Guetta ou
Beyonce tocando em algum dos palcos do festival. Entretanto, a verdade é que
podemos até não curtir o som deles, mas não significa que não sejam
profissionais talentosos e com músicas de alguma qualidade.
Sertanejo vem do sertão. E sertão é com o Grande Luiz Gonzaga
Voltando ao dito festival “sertanejo” (coloco entre aspas, pois tenho
certeza que Luiz Gonzaga não aprova o que se tornou a sua musica). Não foi
colocado no lineup nenhuma banda de rock, nenhum grupo de samba (Samba de
verdade, por favor) ou algum artista da nossa música nacional. Alguém pode
falar “mas nenhum fã desses gêneros iria”, e você está certo! Mas nossa recusa
a frequentar um festival como esse, se deve a péssima qualidade musical desses
artistas; refletindo infelizmente a atual música brasileira.
É impossível não se incomodar em saber que o que mais toca nas rádios,
festas e baladas são músicas como “Tchu Tcha”, “Poderosas” ou funks perversos
que propagam o sexo e criminalidade. A mesma terra que tem nomes como Tim Maia,
Cazuza, Elis Regina, Black Rio, Roberto Carlos, Chico Buarque; está produzindo
essas porcarias.
Produz-se, porque vende, e se vende é porque quem gosta não tem senso
crítico de qualidade. Essa é a dura
realidade!
Chico estava feliz até que ouviu "Prepara"
Eu li uma matéria falando sobre o tal do “Funk Ostentação” e nos comentários
em defesa do estilo musical, uma barbaridade de erros de português. Não erros
básicos que até o Paulo Coelho pode cometer, mas uma escrita tão precária que
dificulta inclusive o seu entendimento. Isso reflete essa lacuna de educação, cultura
e senso crítico dos apreciadores.
Já ouvi também comparações do Funk com o Rock! Ambos sendo categorizados
como movimentos de rebeldia, que confrontam a sociedade. Nesse sentido até
aceito a comparação.
Contudo, o rock alcançou sucesso falando sobre o tema que mais vende
disco, filme ou livro: O amor.
Sim! O sentimento mais importante que temos sempre foi a pedra fundamental
do Rock n Roll. Desde paixões mal resolvidas, amores impossíveis, amores
possíveis... A rebeldia do rock estava intrinsecamente ligada às paixões
adolescentes, pois pela primeira vez alguém colocou aquilo pra fora de uma forma
tão honesta e visceral.
O funk tem suas letras associadas a que mesmo? O quanto as mulheres se sujeitam para sentar o rabo numa moto? Ou como os “aliados” irão ridicularizar a nossa força policial para desfilar em seus carros?
Enquanto isso na cabeça de um funkeiro...
Alguns podem defender que o funk, por ser uma manifestação das comunidades
mais pobres deva ser valorizado por isso, e não pela sua qualidade em si. O que
eu discordo! Pois o samba também assim o foi um dia e nem por isso apelava para
a baixaria; sem mencionar que a construção musical do samba é brilhante,
impossível de se comparar com as batidas eletrônicas dessa porcaria que ousam
chamar de música.
Quem me conhece sabe do meu imenso respeito pela música de qualidade; seja
brasileira, americana, negra, branca, de rico ou de pobre. Entretanto, me
recuso a aceitar que qualquer lixo seja categorizado como música ou expressão
de arte.
Isso sim é música de verdade!
Cabe a nós todos que temos consciência, não permitir que tais aberrações
musicais entrem em nossos lares. Nem que para isso tenhamos que permanecer
ouvindo uma música “morta”; porém que respeita a nós e a memória de tantos
gênios que efetivamente contribuíram para o engrandecimento da primeira arte.
Long live Rock and Roll!
PROPAGANDAS COM ROCK
Ford Fusion – AC/DC - Back in Black http://www.youtube.com/watch?v=YzZZHsoTDck
Claro - Queen – Kind of Magic - http://www.youtube.com/watch?v=xYsCXC14gSw
Mitsubishi – Queen – Don’t stop me now - http://www.youtube.com/watch?v=xYsCXC14gSw
Itaú - Eric Clapton - Change The World - http://www.youtube.com/watch?v=SYxdXkpTTz8
Ótimo texto!
ResponderExcluirDa mesma maneira que o Rock arrefeceu depois da década de 80, a música em geral seguiu o mesmo caminho... Não existem mais novas bandas e cantores que marcam época nos dias de hoje.
Excelente texto!
ResponderExcluirMas tenho algumas ressalvas... Por exemplo, o dito "Sertanejo Universitário" não tem pretensão de ser um segmento do estilo “original”, por assim dizer. É apenas uma proposta nova de música dançante, e que, nas duplas que eu considero de qualidade (Jorge e Mateus, Victor e Léo, ...), sua temática é também o amor! Mas é fato que algumas duplas aderiram á letras que são pura e simplesmente apologia ao alcoolismo, adultério, consumismo, etc. Mas eu não condeno o estilo devido á essas aberrações, pois sei que temos grandes músicos e instrumentistas nesse meio, que nada devem á músicos e instrumentistas de qualquer outro estilo. E poderia citar vários exemplos!
Já o “Funk brasileiro”... Pra esse, não existem argumentos racionais que possam defendê-lo. É a deturpação em todos os sentidos da expressão “bom gosto”. Não há nada que justifique letras que colocam a mulher como puro objeto sexual, e fazem apologia á violação das leis como fossem motivo de orgulho.
Mas acho que o que faltou mesmo no texto, foi citar que dentro do próprio estilo Rock’n Roll, existe tanto “lixo” quanto em qualquer outro! Se temos bandas que são praticamente patrimônio histórico, também existem bandas que fazem com o Rock, o mesmo que o Latino faz com todos os estilos!
Eu não acho que o Rock morreu, e tampouco esteja morrendo! Do contrário, acho que é o único estilo que sobrevive em suas raízes! Por mais que bandas novas “venham e vão”, os clássicos nunca saem de moda.
Sou fã de boa música! Ouço Belchior, tal qual ouço Oriente! Me apego ás letras e á mensagem que o compositor quis passar. Não me apego á estilos musicais, pois consigo ver qualidade em quase todas as vertentes da música (QUASE!!!).
Música boa, é aquela que, quando bate aos ouvidos, o braço arrepia! E quem curte música de verdade, sabe do que estou falando!
Marcos, concordo com você e acho justo a sua defesa pelo sertanejo de qualidade. Nesse sentido, nem todo sertanejo universitário é lixo; Victor e Léo, por exemplo, é uma dupla que me agrada.
ExcluirE sim! Existem várias bandas de rock Nojentas (aqui no Brasil e fora).
O Rock é talvez o ritmo mais universal que conhecemos, por isso sua ascendência ou queda (por mínima que seja) sempre estará sob os olhares do mundo.
AC/DC, FREE, THIN LIZZY, JETHRO TULL, KANSAS, LED, BAD COMPANNY, BOSTON,BLACK SABBATH, IRON, BACHMAN TURNER OVERDRIVE, DREAM THEATER, BALCK LABEL SOCIETY, DIO, ZZ TOP, TWISTED SISTER, KISS, CREDENCE, ELVIS, E RAUL SEIXAS!!! INFELIZMENTE NUNCA MAIS SURGIRÃO COMO ESTES, MESMO PQ OS GOSTOS MUSICAIS MUDARAM, E PRA PIOR!!! GOSTEI DA MATÉRIA!!!
ResponderExcluirPois é Renato; infelizmente não há nem cheiro de que tenhamos grandes nomes para substituir esses ícones da boa música.
ExcluirTemos hoje um ou outro: John Mayer, Gary Clark Jr. e Jack White... Mas que não conseguem repor na mesma velocidade que perde-se espaço.
De todo modo, vamos fazer nossa parte!
Forte abraço e obrigado pelo comentário.